Criação de peixes ornamentais: um mercado em ascensão

28 set 2020 Compartilhar

Suas cores e formas diversificadas chamam atenção. Os peixes ornamentais já ocupam o quarto lugar na preferência dos brasileiros na escolha de um animal de estimação, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Um dos setores mais lucrativos da piscicultura, a criação de peixes ornamentais tem apresentado um crescimento significativo, o que requer dos criadores um domínio cada vez maior das técnicas de produção. Com esta visão de fortalecer a cadeia e levar educação profissional e tecnológica a estes e novos produtores, a Escola Agrícola de Jundiaí, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte criou o curso “Aquicultor: Produção comercial de peixes ornamentais”. Inicialmente, a ideia de uma oferta presencial, mas com a nova proposta do Ministério da Educação, através do Programa Novos Caminhos, em ofertar a modalidade de Educação a Distância, o cenário mudou. E essa mudança veio com novos desafios, uma vez que a oferta passou a ser ampliada para todo o país.

“A rede de contatos existente com professores de outras universidades e pessoas que atuam no setor nos permitiram mais esse passo. Trabalhamos com o desenvolvimento da cadeia produtiva no Estado do Rio Grande do Norte e trazer conhecimento para esses produtores sempre foi um dos nossos objetivos”, explicou o professor Paulo Faria, coordenador do curso.

Por se tratar de um curso profissionalizante, de 160 horas, a coordenação convidou professores de áreas específicas espalhados pelo Brasil para ministrar aulas sobre: legislação, produção de espécies comerciais, sistemas de cultivo e mercado. Assim, cada um dos 40 especialistas da área de aquicultura ornamental passou a fazer parte da equipe do curso, no âmbito do Programa. 



Criação de peixes ornamentais cresce no país.


Oferta e procura

Inicialmente foram abertas mil vagas, elevando o curso de aquicultura ornamental ao de maior oferta no Programa Novos Caminhos. Com as inscrições de forma online, a procura chegou à marca de 5 mil inscritos em todo país, que foram divididos em grupos de acordo com sua área de interesse: produtores, lojistas, aquaristas e entusiastas. Atualmente existem 35 turmas com, aproximadamente, 100 alunos cada. 

“O que acontece com o número de inscritos na modalidade EaD é que nem todos efetivam sua matrícula e já iniciam o curso. Somente com a segunda e a terceira ofertas de vagas, chegamos ao numero real de 3.532 alunos em ‘sala de aula’ e processo de inscrição continua aberto, pois não sabemos quando haverá uma nova proposta do MEC”; complementou o professor Paulo, ao explicar ainda, que isto é possível pois as aulas ficam disponíveis na plataforma de estudos permitindo que sejam atendidos, com a mesma qualidade, os alunos que iniciam nos mais diversos períodos.

O Programa também dispõe de professores tutores, que fazem o acompanhamento da turma e a mediação entre alunos e instrutores de cada módulo, respondendo ou encaminhando questionamentos e dúvidas. Após a matrícula, o estudante tem 4 meses para conclusão do curso, e seu acesso ao conteúdo didático liberado por mais 4 meses após o término. 

As aulas

Durante todo o curso, os professores apresentam o que é o setor de aquicultura ornamental, como ganhar dinheiro com a atividade, as possibilidades que existem dentro dessa cadeia produtiva, além de aulas sobre empreendedorismo e marketing para o setor.

 O professor Paulo Faria esclarece que o objetivo do curso é que o aluno seja um produtor, um lojista, ou se já trabalha no setor, que melhore sua produção. “Mostramos a parte de legalização da atividade, quais as licenças que o produtor precisa, onde adquirir cada uma das espécies e como produzi-las”.

 Além dos professores, o curso conta com o envolvimento e a participação de órgãos governamentais, como o Ministério da Agricultura; instituições como o Sebrae; empresas privadas relacionadas à produção de insumos, importação, exportação, produção e venda de peixes; além de associações brasileiras que trabalham junto ao setor; produtores e lojistas externos convidados para trocar conhecimento, fazer relatos de experiência, ministrar uma aula e até promover lives, e “bate-papos” ao vivo nas redes sociais.


Resultados esperados

Apesar do exponencial crescimento do mercado de ornamentais, a equipe envolvida no curso não esperava reunir um número tão alto de interessados, que trabalham e que não trabalham, ainda, na área. “Está sendo bem proveitoso o curso! Estamos tendo uma repercussão excelente”, relatou de forma positiva, o coordenador. 
 
 Essa comemoração vem do fato que vários alunos já procuraram a coordenação pedindo auxílio no processo de legalização de suas atividades, e uma destas experiências também foi tema de aula: “Pegamos um caso prático - um produtor de determinado estado buscando suas licenças nos órgãos competentes, e nós como professores, o auxiliamos no processo, tanto de uma loja, quanto de uma produção”.
 
 Em outro módulo do curso, o aluno pratica a elaboração de projetos, sendo instruído a fazer cálculos, planejar a sua produção e ao final, com base no aprendizado, o estudante monta seu plano de atuação profissional, seja em uma loja ou com a sua produção. Os professores oferecem todo o suporte, orientando o certo e o que está errado, e as melhorias possíveis.

Dessa forma, a coordenação espera que o curso ajude a mudar o cenário da aquicultura ornamental nos próximos anos: “Acreditamos que o mercado de peixes ornamentais vai crescer muito depois desse curso, tanto pelo número de pessoas que estamos atendendo, quanto pela qualidade do que está sendo ofertado; uma vez que nossos professores são todos especialistas na área, já trabalham no setor e conhecem bem essa cadeia produtiva”. 



Peixes exóticos são os mais procurados.



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