Programa EJA-EPT da Escola Agrícola de Jundiaí leva formação técnica e inclusão educacional a municípios do RN
Por: Dalvanisa R. de A. Salustiano da Silva em: 9 jan 2025
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O Programa de Educação de Jovens e Adultos Integrada à Educação Profissional e Tecnológica (EJA-EPT), oferecido pela Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) da UFRN, consolidou em 2024 avanços na inclusão educacional e profissional no Rio Grande do Norte. O programa atendeu mais de 90 pessoas, estudantes de três municípios: Lagoa de Pedras, Senador Georgino Avelino e Parnamirim, oferecendo cursos profissionalizantes alinhados às demandas do mundo do trabalho.
Instituído pela Portaria nº 962 do Ministério da Educação (MEC) em dezembro de 2021, a EJA-EPT tem como missão promover a formação técnica integrada ao ensino regular, focando em públicos historicamente afastados da educação formal. Entre os cursos oferecidos pela EAJ estão: Agente de Higiene e Beleza Animal, Operador de Computadores, Auxiliar de Agroecologia e Auxiliar de Cozinha.
Desafios e impacto social
De acordo coordenadora do programa na EAJ, Viviane Medeiros, a expansão e o sucesso do EJA-EPT resultam do esforço coletivo entre instituições e comunidades. "A Educação de Jovens e Adultos exige não apenas estrutura, também é necessário sensibilidade para compreender as demandas específicas desse público." Ela também destaca os desafios enfrentados. "Muitos trabalham desde cedo, outros vivem em locais distantes das escolas, e há quem não veja perspectiva nos estudos, já que a escolarização, embora seja um dos fatores relacionados a mobilidade social, nem sempre garante o acesso à melhores condições de vida”, disse a coordenadora.
Apesar dos obstáculos, Viviane Medeiros reforça que a combinação entre escolarização e formação profissional representa uma ferramenta poderosa de transformação. "Essa união não só amplia as oportunidades de empregabilidade, mas permite que jovens, adultos e idosos descubram suas potencialidades e superem barreiras sociais."
Luciana Gomes, aluna da EJA Integrada EPT EAJ, compartilha sua experiência e diz que sempre foi seu sonho terminar os estudos: “dediquei praticamente minha vida toda à família e esqueci de mim. Quando comecei na EJA, vi uma oportunidade única de recomeçar. Foi desafiador, porque tudo era diferente, mas com o apoio dos professores e da minha família, consegui. Hoje, meu filho, que tem 23 anos, sente orgulho de me ver estudando, e eu também incentivo outros jovens a seguirem esse caminho. Não quero parar por aqui.”
Para o próximo ano, o programa pretende ampliar seu alcance, chegando a municípios como Canguaretama e Tibau do Sul. Além disso, está prevista a continuidade dos cursos nos municípios já atendidos, consolidando o impacto positivo na educação local.
Em 2024, o programa também ofereceu um curso de extensão voltado para educadores e educadoras que atuam ou desejam atuar na EJA-EPT. Mais de 150 profissionais participaram da formação, realizada na modalidade EaD.
Viviane Medeiros iniciou sua trajetória no Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) na década de 1970, atuando diretamente na formação profissionalizante. Desde cedo, percebeu que o impacto da educação vai muito além do conhecimento técnico. "Aprender é uma ação contínua, e a alegria de ver alguém descobrir suas potencialidades é algo que carrego comigo até hoje."
A EJA-EPT vai além do ensino técnico; ela resgata sonhos e constrói novos horizontes para aquelas pessoas que, por diversas razões, não puderam concluir seus estudos no tempo regular. Como ressalta Viviane: "cada aluno ou aluna carrega uma história única. O destino que alcançarão depende de seus objetivos, mas o programa, sem dúvida, representa uma nova chance para transformar suas vidas."
Para o ano de 2025, o Programa EJA-EPT da Escola Agrícola de Jundiaí reafirma seu compromisso com a inclusão educacional e o desenvolvimen